domingo, 20 de julho de 2014

Juiz certo

”Protestar não é crime”, diz o cartaz empunhado por um manifestante fantasiado de Batman, contestando decisão do juiz Flavio Itabaiana, da 27ª. Vara Criminal do Rio, que expediu mandado de prisão para 26 vândalos, que a imprensa chama de “ativistas”, acusados da destruição do patrimônio público e privado durante manifestações no Rio. Além dele, outras pessoas condenaram a decisão do magistrado, entre elas parlamentares do PSOL e do PCdoB, que ingressaram com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pedindo uma punição para o juiz. Como se recorda, o PSOL foi acusado na época de estar por trás dessas manifestações, o que torna suspeita a iniciativa dos seus deputados federais na representação contra o juiz. Observa-se, por outro lado, sem muita dificuldade, que está faltando alguma coisa na manifestação dos que se revelam indignados com a prisão dos “ativistas”: falta lembrar que a prisão determinada pelo juiz não foi motivada pelas manifestações, mas pelo quebra-quebra promovido pelos acusados. Ou seja: protestar realmente não é crime, mas destruir o patrimônio alheio é. Num retrospecto das manifestações constata-se que a policia garantiu as manifestações enquanto elas se desenvolviam pacificamente, só agindo repressivamente – e assim mesmo em alguns casos tardiamente – quando os mascarados black blocs começavam o quebra-quebra, destruindo tudo à frente como um bando de bárbaros. Eles deveriam ficar impunes? Quem paga os prejuízos que causaram? Isso é democracia ou anarquia?

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