quarta-feira, 25 de junho de 2014
Valha-nos quem??
Os cerca de três mil aposentados e pensionistas do Banco da Amazonia estão sofrendo, há algum tempo, covarde perseguição da diretoria do banco. E só não estão passando fome porque a Justiça determinou que o banco pague regularmente os seus proventos, que haviam sido suspensos pelo então presidente Abdias Junior, medida insensata e traumática que levou alguns velhinhos para os hospitais. O banco, no entanto, atualmente com novo presidente, Walmir Rossi, continua recorrendo, através dos seus advogados, para tentar derrubar a decisão judicial que beneficiou os velhinhos.
Mas por que – alguém poderia perguntar – a diretoria do Basa persegue tanto seus funcionários aposentados? A resposta é simples: pura maldade, que tem como motivação a rejeição, pela maioria dos aposentados e pensionistas, de um plano que o banco propôs para, segundo disseram, “salvar” o seu fundo de pensão, a Caixa de Aposentadoria Complementar dos Funcionários do Basa (CAPAF) que, por má gestão dos seus dirigentes, entrou em processo falimentar. Os dirigentes da CAPAF são nomeados pela diretoria do banco que, por isso, é o responsável pela sua situação de insolvência.
A crise financeira no fundo de pensão do Basa, na verdade, foi provocada pela própria diretoria do banco que, além de nomear os dirigentes da CAPAF responsáveis pela má gestão dos seus recursos, há tempos deixou de pagar a sua contribuição, cujo montante, hoje, soma mais de R$ 500 milhões. Diante dessa situação o banco contratou uma empresa para elaborar um plano destinado a “salvar” a caixa da falência e o submeteu à aprovação dos aposentados e pensionistas em meio a uma desnecessária e cara campanha publicitária na mídia do Pará. Os velhinhos, no entanto, descobriram que o novo plano lhes subtrairia direitos adquiridos e, por isso, o rejeitaram.
Insatisfeito com a posição dos aposentados e pensionistas o então presidente do Basa, Abdias Junior, em represália mandou sustar o pagamento dos velhinhos e das viúvas, provocando crises hipertensivas e outros achaques. A Associação dos Aposentados dos Funcionários do Basa (AABA) então entrou com uma ação junto à Justiça do Trabalho, que decidiu pela obrigatoriedade do banco pagá-los regularmente. O banco, porém, através dos seus porta-vozes, está sempre intimidando os aposentados, afirmando que a decisão judicial que garantiu o pagamento dos seus benefícios poderá cair a qualquer momento. E os velhinhos se sentem com a espada de Dâmocles sobre suas cabeças.
A perseguição, no entanto, prossegue, agora comandada pelo novo presidente do Basa, Walmir Rossi. Há muitos anos o banco sempre pagou o 13º salário a seus funcionários e aposentados em duas parcelas, a primeira em fevereiro e a segunda em dezembro, o que se tornou tradição e proporcionou a todos o planejamento para os seus gastos. Depois que a maioria dos velhinhos rejeitou o tal plano salvador, o banco deixou de pagar o 13º salário em duas parcelas apenas aos aposentados e pensionistas que votaram contra a sua proposta. Eles só o recebem no último dia do prazo legal em dezembro.
Procurado pela AABA, que lhe fez um apelo para que mantivesse a tradição do pagamento aos velhinhos, o presidente Walmir Rossi disse que isso era uma liberalidade do banco que, portanto, não tinha obrigação de atendê-los. “Voces não queriam tudo dentro da lei. Pois vamos cumprir o que a lei manda”, teria dito. Não apenas a AABA como, também, a AEBA (Associação dos Empregados do Banco da Amazonia) e o Sindicato dos Bancários do Maranhão desde a gestão de Abdias Junior tentam levar o problema, sem sucesso, ao conhecimento da presidenta Dilma Roussef, já que o Basa é um banco federal, cujo presidente é nomeado pelo Presidente da República.
Os políticos dos Estados da Região Amazônica (Pará, Maranhão, Amazonas, Amapá, Rondonia, Roraima, Mato Grosso e Acre), incluindo governadores, senadores e deputados federais e estaduais, provavelmente para evitar uma incompatibilização com o Basa, também se fizeram de surdos aos apelos dos velhinhos e viúvas. O mesmo aconteceu com a mídia regional, beneficiada com gordas verbas publicitárias, razão pela qual não publica uma linha contra o banco. Aos velhinhos resta a esperança de que a presidenta Dilma Roussef de alguma forma tome conhecimento do seu drama e adote as providências necessárias contra os perseguidores. Ou, então, só lhes resta rezar a Deus. Muitos deles, no seu desespero, costumam dizer: - “Valha-nos, quem??”
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2 comentários:
Convenhamos, caro jornalista, você que defende a Dilma em seu Blog poderia mandar um recadinho pra ela observar melhor as atitudes nazi-fascistas dos dirigentes que o PT tem indicado para dirigir o Banco da Amazônia. Se eles pudessem já tinham mandado queimar em um caldeirão no terreno da CAPAF todos os aposentados e pensionistas que não aderiram aos seus malfadados planos de "salvação da CAPAF". Eles vão castigar os velhinhos até a morte de todos eles. Só Deus pode ajudar os aposentados e pensionistas do Basa, pois os " companheiros" do PT não têm dó nem piedade para com os velhinhos. O Ministério Público do Idoso poderia intervir, mas falta que a AABA denuncie, Que tal incentivar seu amigo e colega acadêmico Agildo Monteiro a se mexer mais um pouco nessa direção ?
Isso tudo que o colega fala não teve início em governo petista como é dado a entender. Não sou partidário de nenhuma agremiação partidária, mas acho deplorável se atirar todas as mazelas do BASA a momentos do governo atual. Ou já se esqueceu de quantos mandatários bandidos já passaram pelo Banco? Cabe TAMBÉM às pessoas que assim acusam exigir da oposição que cobre melhores atitudes dos políticos das bancadas do seu agrado e não permanecer na sombra das cobranças que se faz há dezenas de anos.
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