quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Clima pesado

O Supremo Tribunal Federal retomou nesta quarta-feira o julgamento dos recursos dos condenados do mensalão num clima pesado, consequencia do entrevero de quarta-feira passada, quando o presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, descontrolou-se e ofendeu seu colega Ricardo Lewandowski. Por conta disso ele foi duramente criticado pelas associações nacionais de magistrados e outras instituições, além dos jornais. Ao abrir a sessão desta quarta-feira, o ministro Barbosa tentou justificar sua atitude sem, contudo, pedir desculpas ou qualquer sinal de humildade. Muito pelo contrário. Ele disse: “Antes de começarmos a retomado dos embargos na ação penal 470, eu gostaria de dizer umas poucas palavras. Como presidente desta corte, tenho a responsabilidade de - respeitados os preceitos fundamentais, especialmente os direitos fundamentais - zelar pelo bom andamento dos trabalhos, o que inclui regularidade e celeridade dos trabalhos. Uma vez que justiça que tarda não é justiça. Não me move a intenção de cercear a manifestação de nenhum dos membros da corte. Ratifico o respeito ao tribunal e a seus membros. Mas ratifico que é seu dever adotar todas as medidas ao seu alcance para que o serviço da justiça seja transparente, célere, sem delongas, até em respeito à sociedade, que é quem paga os nossos salários”. O ministro Ricardo Lewandowski, por sua vez, que recebeu inúmeras manifestações de solidariedade, considerou o episódio superado, dizendo:“Com referencia ao lamentável episódio da semana passada, quero dizer que me sinto e me senti extremamente confortado pelas manifestações formais explicitas de solidariedade que tive, por parte da Associação dos Magistrados Brasileiros, da Associação dos Juízes Federais do Brasil, da Anamatra, do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, de dezenas de editoriais e colunas estampadas nos mais importantes jornais do país, de apoio de colegas de magistratura de todo o Brasil, de membros do Ministério Público, de juristas , acadêmicos, parlamentares, membros do Executivo, ministros desta Casa, de ontem e de hoje, ex-presidentes. De maneira que quero deixar o episodio de lado, considerá-lo ultrapassado, porque este tribunal é maior do que cada um de seus membros e do somatório de seus integrantes. É o que tinha a dizer. Estou pronto para retomar os trabalhos. O Estado não pode negar-se a prestar jurisdição”. Precisa dizer mais??

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